quinta-feira, outubro 29, 2009

As noites.

Tem dias que eu simplesmente saio do ar. Nenhum dos meus raciocinio chega ao final, nenhum pensamento se conclui. E aí eu percebo uma ponta de angústia lá no fundo do peito. Preciso escrever, preciso materializar esse sentimento, essa confusão que me distrai.

Faz um mês, mas parece que foi há poucos dias. Todas as noites antes de dormir as cenas aparecem na minha frente como flashes. O velório, o enterro, o adeus, a saudade, a falta. Eu me forço a pensar nas coisas boas, nas coisas fúteis... e lá se vão horas de uma briga irracional contra mim mesma. A noite me presenteia com a solidão, mas que presente mais sórdido esse. Traz a tona todos os medos, as feridas ainda não cicatrizadas, a insegurança de não saber lidar com esse desconhecido.

Tão pequena mas tão forte. Eu, a dor, a vida.

E o mundo não parou para que eu me habituasse, não deixou eu respirar e me adaptar a convivência com essas dores. A cada dia é preciso representar a indiferença. É necessário acordar, chegar no horário ao trabalho, concentrar-se nos afazeres, voltar para casa, comer sem fome, ir para a faculdade, olhar para o professor e conseguir acompanhar aquele raciocínio, chegar em casa cansada e ver o seu sono desaparecer como mágica. Porque você não teve tempo de sentir quando precisava, ligou o botão do 'piloto automático' e foi.

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